sexta-feira, 9 de março de 2012

A verdadeira Helena de José Mayer

Marcelo Corrêa / Daniel Delmiro


Em Viver a Vida, ele foi ex-marido de Tereza,  casa com Helena e já começa a se engraçar com Dora. Na vida real, porém, José Mayer, 62 anos, que viveu o Marcos da novela Viver a Vida, não poderia estar mais distante do estereótipo do “pegador”. Quem garante é sua mulher, a atriz Vera Fajardo, 59, com quem ele está há 34 anos. “Confio nele, não me preocupo com nada”, disse ela a QUEM. Enquanto posava para a foto que ilustra esta página, no café de um shopping em São Conrado, no Rio de Janeiro, Vera atraiu os olhares de duas moças que passavam com sacolas nas mãos. “Quem será essa?”, perguntou uma. “Não faço ideia. Nunca vi antes na vida”, respondeu a outra. Quando as duas ficaram sabendo que se tratava da mulher de José Mayer, uma delas disse: “Ah, então essa é que é a sortuda! Ela é a verdadeira Helena!” 


PIADAS


Vera acha graça da comparação e, apesar de seus mais de 30 anos de carreira, com cerca de 40 peças de teatro no currículo, sabe que não é mesmo um rosto conhecido do grande público. “Mas quem acompanha meu trabalho no teatro sabe o que eu faço”, afirma. Ela também diz não se importar com as brincadeiras que cercam o nome do marido desde que Viver a Vida estreou. No Twitter, por exemplo, há um perfil falso em nome de José Mayer que lança frases hilárias. Uma delas: “Hoje eu acordei me sentindo um super-herói. Meu poder? Seduzir”. Também no Twitter, vários usuários fazem piadas: “Zé Mayer pegou Eva antes mesmo de Adão”. Já o programa Casseta & Planeta, Urgente! criou um personagem para o ator: Tripé Mayer. 

Nas ruas, o assédio é, segundo Vera, respeitoso. “A fã é necessária ao ator, porque mostra que o trabalho está sendo bem feito”, diz. De tudo que foi publicado sobre Mayer recentemente, apenas uma nota que saiu em um jornal no sábado (10) deixou o casal chateado. O texto dizia que ele havia encarnado o galã na vida real, ao conversar com quatro fãs em um restaurante da Barra da Tijuca, no Rio, quando teria falado até mesmo sobre remédios para impotência. “Foi constrangedor ler uma coisa que não aconteceu. Isso não combina com a minha postura”, disse Mayer a QUEM na quarta-feira (14). “Estava no restaurante com a equipe da novela quando umas moças pediram para tirar uma foto.” Vera estava junto do marido quando os dois leram o jornal. “Foram agressivos com ele”, diz ela. 



NAMORO NA COXIA


Pais de Júlia Fajardo, 27 anos, também atriz, Vera e Mayer nunca se casaram oficialmente – nem usam aliança. Episódios como o que acaba de ser contado, garantem, não os abalam. “Desde que a conheci sempre fui dois, masculino e feminino. Ela me trouxe a riqueza da percepção da vida. Nossa relação tem solidez, porque começamos juntos”, diz ele. Vera conheceu Mayer em 1970, aos 19 anos, em uma montagem da peça George Dandin, de Molière, em Belo Horizonte, que também tinha o ator no elenco. “Eu era telefonista, o teatro veio por acaso. Um amigo passou na minha casa e me perguntou se eu queria acompanhá-lo num grupo teatral. Fui para fazer figuração e, certo dia, o diretor me falou para entrar no lugar de uma das atrizes”, conta Vera. Nessa época, Mayer namorava uma colega de cena. “Não só fiquei com o papel dela, como também com o namorado”, relembra ela, aos risos. “Primeiro, rolaram alguns beijos na coxia, escondidos da namorada, que estava em cena o tempo todo, mas nada sério. A gente realmente começou a namorar quando foi fazer uma produção infantil, meses depois.”





HARMONIA EM CASA


Hoje, a família mora em uma casa na Barra da Tijuca, no Rio, e mantém um sítio em Pedra de Guaratiba, perto dali. Eles têm uma cadela, Menina, e três gatos, Bambu, Filó e Catita. A filha do casal diz que o bom clima em casa se deve à forma como eles se complementam – e não poupa elogios à mãe. “Brinco dizendo que meu pai e eu somos dependentes dela, porque ela é um faz-tudo. Minha mãe é a estilista da casa, a cozinheira, a decoradora, a humorista.” 

Vera admite que adora mesmo cuidar da família. “Nenhuma feijoada é melhor que a minha. Já o Mayer tem a jardinagem como hobby. E tem bom gosto”, elogia ela, que, por causa dele, vive cercada de flores. “Ele não é romântico à moda antiga. Não manda flores, mas me mostra flores. Todas as orquídeas que ganhamos, ele espalha pela casa e as mantém bonitas.” 

Há algum tempo, Vera estava em cartaz no Teatro Sesi, no Rio, com a peça A Tartaruga de Darwin, uma visão bem humorada do panorama político da Europa moderna. Além disso, ministra o curso À Prova de Fogo, para atores iniciantes, na Casa da Gávea, espaço cultural que ela coordena ao lado dos amigos Paulo Betti, Cristina Pereira e Rafael Ponzi

Desde que ela e o marido se mudaram para o Rio, em 1979, Mayer já contabiliza 27 personagens na televisão, incluindo minisséries e novelas. Vera, porém, teve apenas uma pequena participação na novela Bicho do Mato, da Record, em 2007. “A televisão não me dá bola. Acredito que meu estilo brasileiríssimo, meio cabocla, cabe perfeitamente nas novelas. Há de ter espaço para uma mulher morena, madura e de cabelo crespo na TV. Mas não me chamam.”



Fonte: QUEM

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